terça-feira, 27 de julho de 2010

O que mantém um casal





Uma lição de vida

Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falavam contra o casamento.
Os rapazes argumentavam que o que mantém um casal é o romantismos e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga em vez de se submeter a triste monotonia do matrimonio. O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou o seguinte:

Meu pais viveram 55 anos casados. Uma manhã minha mãe descia as escadas para preparar o desjejum para o meu pai e sofreu um infarto, caiu. Meu pai correu até ela , a levantou como pôde, e quase se arrastando a levou até a caminhonete. Sem respeitar o transito dirigiu a toda velocidade até o hospital. Quando chegou lá, infelizmente ela já havia falecido. Durante o enterro, meu pai não falou, ficava olhando para o nada, quase não chorou.
Eu e meus irmãos nos reunimos com ele, num ambiente de dor e nostalgia, recordamos momentos engraçados. Ele pediu a meu irmão que é teólogo que lhe explicasse, onde mamãe estava naquele momento. Meu irmão falou que naquele momento, minha mãe repousava e que ali ficaria até que Jesus retornasse. Falou da volta de Jesus e da manhã da Ressurreição quando veremos mamãe novamente. Meu pai ouviu atentamente.
De repente ele pediu – “Levem-me ao cemitério.” “Mas pai – respondemos - são 11 da noite! Não podemos ir ao cemitério agora.”
Aí ele ergueu a voz e com o olhar vidrado disse:
“-Por favor, não discutam com um homem que acaba de perder aquela que foi sua esposa por 55 anos.”
Houve um momento de respeitoso silencio, fomos ao cemitério, sem discutimos mais, pedimos permissão ao zelador, com uma lanterna encontramos a lápide. Meu pai a acariciou, chorou e nos disse comovido.
“ – Foram 55 bons anos... sabem? Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com uma mulher assim. Fez uma pausa e enxugou as lágrimas.
- Ela e eu estivemos juntos naquela crise. Mudei de emprego. Recompramos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. – compartilhamos a alegria de ver nossos filhos terminarem suas carreiras, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiram, oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, nos abraçamos em cada natal, e perdoamos nossos erros...
-Filhos , agora ela se foi e estou contente, sabem por que? Porque ela se foi antes de mim, não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Serei eu quem vai passar por isso, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim...”
Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos coberto de lágrimas. Nós o abraçamos e agora ele nos consolava:
“- Está tudo bem, meu filhos, podemos ir para casa, este foi um bom dia.”
Naquela noite entendi o que é o verdadeiro amor. Muito alem do romantismo, sem muito a ver com erotismo, mas bem se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.
Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar.
Esse tipo de amor era algo que não conhecia.

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