terça-feira, 13 de setembro de 2011

Eternamente responsável


Eu estava olhando os contatos do MSN, pelo Hotmail quando eu achei o e-mail dele... Olhei e fiquei me perguntando porque deixamos de nos falar. Não achava motivos...Resolvi mandar um e-mail:

“Oie... tudo bem? Muito tempo que não nos falamos. Mas eu gostaria que você soubesse que eu adorava as conversas com você, o modo como debatia idéias comigo,  e como me fazia sorrir. Mesmo eu odiando seu lado “ladrão de corações”. Como deixamos de nos falar? Falta de tempo minha ou sua? Um abraço Taty”

Logo em seguida recebi a resposta:

“Também adorava falar com você, mas deixamos de nos falar porque sem você perceber mudamos os lados.”

Questionei:
“Como? Não entendo...”

A resposta foi clara:

“Eu era o ladrão e você a mocinha, invertemos os papeis. E sem você notar levou o meu coração pra tão distante que eu não conseguia mais ver ali. Sei que não foi por maldade, sei que você também não notou. Mas você se tornou mais que uma amiga pra mim, e eu não mudei pra você. Achei melhor que nos afastássemos antes que eu te machucasse, como você disse é o que eu costumo fazer, machucar as pessoas. Mas sinto falta da grande parte de mim que você leva com você. Se cuida!”



Me perdi lendo, tentei achar o ponto de como responder... e só conseguia pensar “Sinto muito!”, “Me desculpe”, afinal somos responsáveis pelo que cativamos. E não queria ter machuca-o. 

Nunca esteve aqui...


Fiquei procurando pela casa algo que eu pudesse dizer “é dele”, ou “foi com ele”. Fiquei tentando me lembrar como costumávamos ser quando éramos um casal. Alimentei o eu éramos por tanto tempo que agora que se foi. Não consigo mais te achar aqui, em nenhum pertence, em nenhuma memória, nem no calendário. E olha que eu adoro calendários.
A gente se perdeu definitivamente em um caminho que vai ser difícil achar algum ponto de encontro. Porque eu continuo dando passos para frente, mas você insistiu em andar para trás. Foi difícil aceitar que eu não podia fazer mais nada por você, foi difícil ter que ver viver ficar pra trás e eu não ter mais forças para te carregar no ombro. Então precisei entender que as decisões foram suas e que em algum ponto você não me incluía nelas. Foi nesse ponto que parei de te levar.
Enquanto a maioria das pessoas me dizia: “Vai ficar tudo bem!” , “Já passou o pior”, “Você vai superar”. Eu gritava em silêncio: “Então porque dói? Porque ainda está doendo?”.
Por que partir dói, ainda mais quando sua vontade é permanecer. Chorei, tentei, te liguei, te deixei ficar algumas noites, almocei com você outros dias. E notei que isso machucava mais. Fazia sangrar mais, não se pode curar se ainda permitia que me machucasse, te afastei, não atendi seus telefonemas, evitei os lugares que você ia, não liguei. Na verdade, me fechei... em casa, no quarto, em mim.
Precisava de um tempo comigo, precisava ver além dos seus olhos, precisava encarar os meus no espelho do banheiro sem chorar. E permiti que todas as lágrimas caíssem, até passar. E um dia passou.
Sabe o lado bom de uma dor? Quando ela passa. Quando aquilo não te machuca mais, e não adianta procurar mais pontos fracos, você não tem mais efeito em mim.
Um dia eu olhei no espelho e sorri. A dor não estava mais ali, então era a hora de colocar o meu melhor vestido e sair, sair de casa, do quarto e de mim. Não era mais você nos meus olhos, era eu querendo ser a minha melhor versão. E com toda certeza fui e sou todos os dias.
Passou muito tempo até você voltar... 1 ano? 2 ? Não sei, preferi não contar. Mas agora que você cismou de querer permanecer, eu não te encontro mais aqui. Em nenhum canto...
Não tem como permanecer o que nunca entrou. Eu participei, eu compartilhei, eu me doei, você nunca tentou...
Você foi meu melhor aprendizado, mas não te anotei no meu caderno. As melhores lições são aquelas que você registra, mas não precisa anotar o motivo ou o caso. Só entende como se faz.
Eu quero dias melhores do que os que eu tive com você. Eu quero felicidade, não aquela agonia. Se estou no caminho certo eu não sei, mas estou fazendo da melhor forma que eu consigo.