sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nova chance



Havia um homem muito rico, possuí muito bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados  a seu serviço.
Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que, ao contrario do pai, não gostava de trabalho nem de compromissos. O que ele mais gostava era de festas, estar com seus amigos e de ser bajulado por eles.
Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam a seu lado enquanto tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai lhe retiniam os ouvidos e logo se ausentava sem dar o mínimo de atenção.
Um dia o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e dentro do celeiro ele mesmo fez uma forca e, junto a ela, uma placa com os dizeres: “Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai.”
Mais tarde chamou o filho, levou-o até o celeiro e disse:
- Meu filho, eu já estou velho e quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu, e seu qual será o seu futuro.
- Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo o dinheiro com seus amigos, irá vender os animais e os bens para se sustentar e quando não tiver mais dinheiro, seus amigos vão se afastar de você.
E quando você não tiver mais nada, vai se arrepender de não ter me dado ouvidos. É por isso que eu construí esta forca e ela é para você: Quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela.
O jovem riu, achou absurdo, mas, para não contrariar o pai, prometeu e pensou que jamais isso pudesse ocorrer.
O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou conta de tudo, mas assim como se havia previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade.
Desesperado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido um tolo, lembrou-se do pai e começou a chorar e dizer:
- Ah, meu pai, se eu tivesse ouvido os teus conselhos, mas agora é tarde, tarde demais.
Pesaroso, o jovem levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro. Era a única coisa que lhe restava e então lembrou as palavras do pai.
A passos lentos se dirigiu até lá e, entrando, viu a forca e a placa empoeirada e disse:
- Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas pelo menos esta vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada nesta vida.
Subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço. Então pulou e sentiu por um instante a corda apertar sua garganta, mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão, e sobre ele caíam jóias, esmeraldas, perolas diamantes; a força estava cheia de pedras preciosas, e um bilhete que dizia:
- Essa é a sua nova chance, eu o Amo muito. Seu pai. 

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