quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dar o melhor de si


Eu e o cara dos torpedos, quando nós conhecemos, eu podia dizer que era nítido que íamos ficar juntos por muito tempo, no entanto, quando fomos compartilhando mais, e claro que o sentimento, e o envolvimento aconteceu, e eu dei o meu melhor pra ele, ele não retribuiu da mesma maneira. Por medo? Não. Mas mantive com ele um dialogo aberto, mantive a liberdade dele em fazer o que quisesse, porque não é cobrar que vai mostrar o quanto aquilo de fato é um envolvimento, ou apenas uma oportunidade como qualquer outra.

E sim, deixar que a pessoa mude por conta própria, por querer ser melhor, por querer o melhor para aquela relação. Evitar conflitos, insegurança, brigas. Ainda mais em uma relação que está nascendo agora.

Por isso eu disse, que a segurança que ele tinha ao meu respeito, e ele realmente tinha, não era recíproca. Por que ele não me passava isso, e de certo modo, segurança demais e demonstrações de menos, me deixam mais insegura, porque se passa a imagem que eu vou aceitar qualquer coisa, assim como ele precisava de segurança, eu também precisei.

E tentei ter, até onde eu vi que aquilo que ele era pra mim, era o melhor que ele podia ser naquele momento, e como eu te disse uma vez, eu não estou mais com tempo de ser a pessoa certa no momento errado de ninguém.

Então, conversei, tentei acabar tudo uma vez, antes que aquela situação acabasse com a admiração que eu tinha por ele, e ele não deixou, mandou flores, se fez de querido por uma semana, e depois continuou como antes, não dá pra se doar sozinha, carregar uma relação sozinha, ninguém merece a infelicidade de amar por duas pessoas. E esse não é o tipo de relacionamento que eu quero.

Por isso eu digo que você tem que saber o que quer, porque se eu não soubesse, eu carregaria essa relação pelo tempo que fosse conveniente pra ele.

Não dá pra ser prateleira de alguém.


Para que serve uma prateleira? Pra guardar livros que você já leu, ou não leu porque não teve vontade ainda, ou ganhou mas quis deixar ali de enfeite sempre ao alcance da mão. Em um dia de tédio, ou no dia em que o programa que você adora assistir na TV não está no ar, você vai lá, pega aquele livro que você sabe bem nunca vai se tornar um livro de cabeceira e dá uma folheadinha básica só pra se distrair.

Qual o problema? O problema é que a maioria das "prateleiras" comemoram cada passeadinha pelas mãos do seu dono, acreditando nas migalhas que o ser amado oferece. Quem se sujeita a ser "prateleira"do homem ou da mulher que ama não ganha pontos ao se subjugar, ao parecer cachorrinho que abana o rabinho cada vez que o dono chama "vem cá". Cachorrinho nunca vai deixar de ser cachorrinho. Um animalzinho sempre disponível para diversão ou dias de carência do dono. Por mais que o dono goste do cachorrinho, ele nunca se tornará o namorado/a do dono, porque o dono nunca -- por mais que goste e eventualmente até ame -- o enxergará como um igual.

Desculpem, meninos, mas eu já tive várias prateleiras. E se digo isso assim de forma tão direta e me expondo ao julgamento impiedoso é porque realmente acredito que possa dar alguma dignidade a quem se sujeita a ser "cachorro" do objeto do seu amor. Você não ganha respeito, ele/ela não vai acordar um belo dia e descobrir que vc é o amor da sua vida e declarar amor intenso a você. Prateleiras são o que são: lugares para armazenar objetos que a gente quer sempre ao alcance da mão. Se essa posição é compatível com o que você quer da vida e com a sua dignidade, eu dou o maior apoio. Mas eu sinceramente espero que não.




[Claro que este texto só vale se existir pelo "dono" um sentimento de amor. Prateleiras mútuas existem concomitantemente às dezenas... Fulana é prateleira de Fulano q eu também  é dela, mas é de Beltrana que também é dele e etc... Ninguém engana ninguém e segue todo mundo "feliz". Mas não se engane: se tem sentimento envolvido, tem também esperança de que um dia as coisas sejam bem diferentes... NÃO SE ILUDA. ELAS NÃO SERÃO.]”

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