quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um pouco do meu essencial pra viver...


Sentada sobre a cama ás 6:50 de um dia frio, meus sobrinhos acabaram de sair para ir a escola, e eu estou aqui pensando em tudo que vivi nesse mês. Que sem dúvida foi um dos melhores da minha vida. Passei com eles.

Família, essa coisa tão nossa, tão complexa, tão complicada, tão amada, tão querida. Noto como isso me completa. Essa coisa de todos juntos, café da manhã tumultuado por pressa, por carona, por trabalho e por escola, a calmaria que ficou nesse momento, o silencio que grita na casa, como se já sentisse a falta deles, que acabaram de sair.

Daqui a pouco é hora do almoço, e daí eles voltam invadindo a casa de alegria, uma tão contagiante, que nem mesmo o frio e a chuva conseguem dispersar. Coisas tão comuns, e tão valiosas, como ver sessão da tarde agarrada com eles no sofá, embaixo do cobertor, e pega-los dormindo no meio do filme, e o sono que parece ser mais contagiante que a vontade de não ir embora que me toma a cada momento com eles. Depois uma caminhada com o mais velho, mesmo frio ele adora. Ou andar de bicicleta pela cidade, que é minúscula, mas tão confortante.  Vamos até a linha do trem, e ele sempre me desafia já sabendo que eu os amo tanto que com certeza aceitarei o desafio. Então passamos o final da tarde caminhando sobre a linha do trem, ele me perguntando como era quando ainda passava o trem, as memórias de uma infância que eu aproveitei muito, que eu amei demais, e de pessoas que me amam aonde quer que estejam.

Quando voltamos a mais nova, insiste em querer fazer “piolho” no louro, mas ele não deixa, e ela tem medo, então ela me implora como se eu o pegasse fosse matar a vontade dela... pego ele acaricio, ela canta com ele... e sorri, o sorriso mais sincero, mais inocente, mais terno... desses que te enche de calma, de paz, de esperança. Me abraça com aquele olhar de obrigada por estar aqui.

E tem o mais novo, esse adora vídeo game, mas me surpreende quando inventamos um programa novo, saímos para uma volta na cidade, ir às compras com ele. Permitir que ele escolha, que ele mude o dia. As crianças nos ensinam tanto. Às vezes, melhor, na maioria das vezes, elas só precisam de atenção, elas precisam se sentir amadas. Uma conversa que eu vou levar pra minha vida. Um final de tarde jogando vídeo game, que eu não trocaria por nenhum outro programa.

E a mais velha, que estuda muito, que adora futebol, que carrega em si uma nobreza enorme. Que tem uma responsabilidade admirável, que com toda certeza do mundo, é uma grande menina, uma adolescente que vai mudar o mundo. Ela tem grandes projetos, ela gosta de dizer o quanto as pessoas são importantes em sua vida, o quanto contribuíram, o quanto ajudaram... e tem um gênio como o da Tia, difícil que só.

E depois de todos os momentos de alegria, de conforto, de intrigas, de elogios, de ciúmes, de querer sempre ficar perto, assistimos TV juntos no final da noite, seja lá jornal, filme, novela, e rimos, cochilamos, comentamos... depois todos deitam comigo, nessa cama na qual eu agora escrevo sozinha, porque eles estão na escola, aprendendo tudo que eu já aprendi um dia, enquanto eu aprendo com eles agora...












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