domingo, 12 de setembro de 2010

Se você me ama, me diga!


Jerry não esqueceu daquele dia de inverno em que nevava e seu filho mais velho quase sofreu um acidente sério. Jeff mal tinha um ano de carteira e isso deixava Jerry preocupado toda vez que o rapaz saía de carro. A proximidade com o desastre aumentou sua ansiedade.
Um dia, logo depois do quase acidente. Jeff disse ao pai que ia a uma festa e voltaria tarde.
- Dirija com cuidado! –Jerry advertiu.
Jeff virou-se para o pai com um olhar de tristeza e perguntou:
- Por que você sempre diz isso?
- Digo o quê?
- Dirija com cuidado. É como se você não confiasse em mim, dirigindo.
- Não, filho, não é nada disso – Jerry explicou. É só uma maneira de dizer “Eu te amo”.
- Olhe, papai, se você quer dizer que me ama, diga isso! Senão, posso confundir a mensagem.
- Mas... – Jerry hesitou – E se seus amigos estiverem com você? Se eu disser “Eu te amo”, você pode ficar sem graça.
- Nesse caso, papai, quando eu estiver se despedindo, basta colocar sua mão perto do coração e eu vou fazer a mesma coisa.
Jerry entendeu que seu filho, tanto quanto ele, queria expressar amor.
- Estamos combinados – ele disse.
Alguns duas depois, Jeff estava pronto pra sair de novo, dessa vez com um amigo.
- Papai, pode me emprestar o carro? – ele pediu.
- Claro! – Jerry respondeu. Aonde você vai?
- Ao centro da cidade.
Jerry lhe deu as chaves.
- Jeff, divirta-se – disse o pai, colocando discretamente a mão perto do coração.
Jeff fez a mesma coisa.
- Claro, papai.
Jerry piscou. E Jeff, chegando perto do pai, falou baixinho:
- Piscar não faz parte do nosso trato.
Jerry ficou meio surpreso.
- Tudo bem, papai, ate mais tarde – Jeff disse enquanto se dirigia a porta.
Antes de sair, ele se virou – e piscou.

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