domingo, 12 de setembro de 2010

O colar de pérolas


Jenny tinha cinco anos e era possuidora de olhos vivos e brilhante. Um dia, ela foi ao supermercado com a mãe e na saída viu um colar de pérolas de plástico que custava R$2,50. Ela queria muito ter aquele colar e quando perguntou à mãe se ela lhe compraria o presente, a resposta que ouviu foi a seguinte:
- É um colar muito bonito, mas custa muito caro. Então vamos fazer um acordo, vou comprar o colar, mas quando chegarmos a casa vamos fazer uma lista de pequenos trabalhos para você faze como forma de pagamento, tá bom? E não esqueça de que sua avó vai lhe dar dinheiro no seu aniversário também. Combinado?
Jenny concordou e ganhou o colar. Ela trabalhou muito bem como tinham combinado e ganhou mesmo um dinheirinho da avó, então logo o colar estava pago. Jenny adorava o colar de perolas e o usava-o constantemente. Ia à escola com ele, usava-o para sair com a mãe, etc. Só não tomava banho com ele porque a mãe tinha avisado que o pescoço dela poderia ficar manchado. O pai de Jenny era muito amoroso e toda noite ele a colocava na cama e lia sua estória favorita.
Uma noite, quando acabou de ler a estória, ele perguntou a ela:
- Jenny, você me ama?
- Claro que sim, papai, você sabe que o amo, disse a menina.
- Então gostaria que você me desse o seu colar de pérolas.
- Ah, papai, isso não. Não o meu colar! Disse ela. Mas posso lhe dar a minha boneca favorita, a Rosie. Lembra-se dela? Aquela que você me deu de aniversário o ano passado. E ainda posso lhe dar o jogo de chá dela também, tá bom?
- Não querida, não precisa nada disso, disse o pai, dando-lhe um beijo de boa noite. Durma bem.
Uma semana mais tarde, o pai acabou de ler a estória e fez a mesma pergunta:
- Jenny você me ama?
- Claro que sim papai, você sabe que eu o amo, disse a menina.
- Então quero que me dê as suas pérolas, disse o pai.
- Minhas pérolas, não papai. Mas eu posso lhe dar o meu cavalo de brinquedo, lembra-se dele? É o meu favorito, gosto de penteá-lo e fazer tranças em seu pelo macio. Quer ficar com ele? disse a menina.
- Não querida, não precisa nada disso, disse o pai, dando-lhe um beijo de boa noite.
- Deus a abençoe. Durma bem.
Vários dias mais tarde, quando o pai entrou no quarto dela para ler a estória, Jenny estava sentada na cama com os lábios trêmulos.
- Aqui está o meu colar, papai, disse-lhe estendendo a mão e deixando-o escorregar para a mão do pai.
Com uma mão o pai segurou o colar de plástico e com a outra puxou a caixa de veludo azul de dentro do bolso. Dentro da caixa estava um lindo colar de pérolas verdadeiras.
Ele tinha aquele colar o tempo todo e só estava esperando que a Jenny desistisse do colar falso e barato, para que pudesse dar aquele que era real.

0 comentários: